domingo, 28 de junho de 2009

Ocupação Guerreiros do 234

O MOVIMENTO QUEM VEM COM TUDO NÃO CANSA SE SOLIDARIZA À LUTA DA OCUPAÇÃO GUERREIROS DO 234 E CONVOCA MILITANTES E SIMPATIZANTES PARA APOIAR POLÍTICA E MATERIALMENTE!


Hoje, dia 25, a partir das 16h, estamos convocando para o ato de solidariedade à Ocupação Guerreiros do 234.

Levem bandeiras, faixas e muita indignação!!! Na terça-feira, dia 23, a justiça concedeu ao INSS a reintegração de posse. A Polícia Federal poderá fazer a ação de despejo a qualquer hora do dia ou da noite.

Além do ato, convocamos todos solidários à causa dos sem-tetos a participação na vigília, todos os dias a partir das 22h30min em frente à Ocupação, e a presença durante o dia no local.

A Ocupação está necessitando de doação de comida, utensílios de limpeza e roupas.

Contamos com a solidariedade de tod@s.
Ocupação Guerreiros do 234
Rua Mem de Sá, 234 Próximo a Praça da Cruz Vermelha
AOS COMPANHEIROS CINEASTAS: LEVEM SUAS CÂMERAS-ARMAS!
O DEASFECHO TEMPORÁRIO.....




É GENTE.... A SOLIDARIEDADE A LUTA E A LUTA CONJUNTA DEVEM PERSISTIR, MESMO COM A FORTE ENTRADA DA POLÍCIA NA OCUPAÇÃO E RETIRADA DOS OCUPANTES COM AMPLA AGRESSÃO E VIOLÊNCIA FÍSICA, DEIXANDO MUITOS DE NOSSOS COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS EXTREMAMENTE MACHUCADOS!














Um prédio abandonado, pessoas que não tem onde morar, nem como sobreviver!





Essas pessoas ocupam esse prédio para morar, o braço armado do Estado retira, homens, mulheres, crianças e idosos com ampla violência para manter " a ordem urbana".








E nós vamos ficar sempre parados, em todos os atos de manifestação popular contra esse sietma opressor ou vamos apoiar nossos companheiros e companheiras?!?!?!









A luta por uma sociedade justa e igualitária é de todo o setor orpimido da população!!!!!!



VAMOS A LUTA!

domingo, 21 de junho de 2009

Domingo de poesia... Brecht e Neruda... Apaixonantes!

Saudade é solidão acompanhada,
É quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já…
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É não ver o futuro que nos convida…
Saudade é sentir que existe o que não existe mais…
Saudade é o inferno dos que perderam,
É a dor dos que ficaram para trás,
É o gosto de morte na boca dos que continuam…
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
Aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
Não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido…
(Pablo Neruda)


Louvor ao Estudo

Estuda o elementar:
para aqueles cuja hora chegou
não é nunca demasiado tarde.
Estuda o abc. Não basta, mas
Estuda. Não te canses.

Começa. Tens de saber tudo.
Estás chamado a ser um dirigente.
Freqüente a escola, desamparado!
Persegue o saber, morto de frio!

Empunha o livro, faminto!
É uma arma!Estás chamado á ser um dirigente.
Não temas perguntar, companheiro!
Não te deixes convencer!
Compreende tudo por ti mesmo.

O que não sabes por ti, não o sabes.
Confere a conta. Tens de pagá-la.
Aponta com teu dedo a cada coisa
e pergunta: "Que é isto? e como é?"
Estás chamado a ser um dirigente.
(Bertold Brecht)


Expulso Por Bom Motivo

Eu cresci como filho
De gente abastada. Meus pais
Me colocaram um colarinho, e me educaram
No hábito de ser servidoE me ensinaram a dar ordens.
Mas quandoJá crescido, olhei em torno de mim
Não me agradaram as pessoas da minha classe e me juntei
À gente pequena.

Assim
Eles criaram um traidor, ensinaram-lhe
Suas artes, e ele
Denuncia-os ao inimigo.
Sim, eu conto seus segredos. Fico
Entre o povo e explico
Como eles trapaceiam, e digo o que virá, pois
Estou instruído em seus planos.
O latim de seus clérigos corruptos
Traduzo palavra por palavra em linguagem comum,

Então
Ele se revela uma farsa. Tomo
A balança da sua justiça e mostro
Os pesos falsos. E os seus informantes relatam
Que me encontro entre os despossuídos, quando
Tramam a revolta.Eles me advertiram e me tomaram
O que ganhei com meu trabalho. E quando me corrigi
Eles foram me caçar, mas
Em minha casa
Encontraram apenas escritos que expunham
Suas tramas contra o povo. Então
Enviaram uma ordem de prisão
Acusando-me de ter idéias baixas, isto é
As idéias da gente baixa.Aonde vou sou marcado
Aos olhos dos possuidores.
Mas os despossuídosLêem a ordem de prisão
E me oferecem abrigo. Você, dizem
Foi expulso por bom motivo.
(Bertold Brecht)



Poema 20

Posso escrever os versos mais tristes esta noite
Escrever por exemplo:
A noite está fria e tiritam, azuis, os astros à distância
Gira o vento da noite pelo céu e canta
Posso escrever os versos mais tristes esta noite
Eu a quiz e por vezes ela também me quiz
Em noites como esta, apertei-a em meus braços
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito
Ela me quiz e as vezes eu também a queria
Como não ter amado seus grandes olhos fixos ?
Posso escrever os versos mais lindos esta noite
Pensar que não a tenho Sentir que já a perdi
Ouvir a noite imensa mais profunda sem ela
E cai o verso na alma como orvalho no trigo
Que importa se não pode o meu amor guardá-la ?
A noite está estrelada e ela não está comigo
Isso é tudo A distância alguém canta. A distância
Minha alma se exaspera por havê-la perdido
Para tê-la mais perto meu olhar a procura
Meu coração procura-a, ela não está comigo
A mesma noite faz brancas as mesmas árvores
Já não somos os mesmos que antes havíamos sido
Já não a quero, é certo Porém quanto a queria !
A minha voz no vento ia tocar-lhe o ouvido
De outro. será de outro
Como antes de meus beijos
Sua voz, seu corpo claro, seus olhos infinitos
Já não a quero, é certo,
Porém talvez a queira
Ah ! é tão curto o amor, tão demorado o olvido
Porque em noites como esta
Eu a apertei em meus braços,
Minha alma se exaspera por havê-la perdido
Mesmo que seja a última esta dor que me causa
E estes versos os últimos que eu lhe tenha escrito.
(Pablo Neruda)

domingo, 14 de junho de 2009

Linda poesia....

Aqui eu te amo.
Nos escuros pinheiros se desenlaça o vento.
Fosforece a lua sobre as águas errantes.
Andam dias iguais a perseguir-se.

Descinge-se a névoa em dançantes figuras.
Uma gaivota de prata se desprende do ocaso.
As vezes uma vela. Altas, altas, estrelas.

Ou a cruz negra de um barco.
Só.
As vezes amanheço, e minha alma está úmida.
Soa, ressoa o mar distante.Isto é um porto.
Aqui eu te amo.

Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte.
Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas.
As vezes vão meus beijos nesses barcos solenes,
que correm pelo mar rumo a onde não chegam.

Já me creio esquecido como estas velha âncoras.
São mais tristes os portos ao atracar da tarde.
Cansa-se minha vida inutilmente faminta..
Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante.

Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos.
Mas a noite enche e começa a cantar-me.
A lua faz girar sua arruela de sonho.

Olham-me com teus olhos as estrelas maiores.
E como eu te amo, os pinheiros no vento,
querem cantar o teu nome, com suas folhas de cobre.

Pablo Neruda

domingo, 7 de junho de 2009

Poesia em homenagem aos estudantes de oriegem popular!

Poesia de um estudantes da UFMG para homenagear os demais de origem popular que ofrem todos o dias para poder está na Universidade, se deslocar pra lá, ter alimentação, consegui um espacinho no temkpo pra estudar....


Autor: Júlio César de Oliveira
http://sencebrasil.blogspot.com/2009/06/se-eu-tivesse-uma-casa-no-campus.html


Se eu tivesse uma casa no Campus,Eu, que nunca fui um aluno exemplar,Talvez fosse um estudante mais brilhante, ou, pelo menos mais feliz.Estudaria menos e aprenderia mais,Pois ergueria minha casa lá onde mora o conhecimento,E então todo lugar onde estivesse seria um lugar de aprender,Como quem brinca, como quem curte, como quem vive.


Se eu tivesse uma casa no Campus,Aprenderia com a convivência, a igualdade e a diferença,Numa sempre dinâmica e verdadeira universidade.Aprenderia, talvez, a fazer todas as coisas que ainda só sei saber.E saberia que saber é viver e viver é mais que conhecer,Pois a sabedoria freqüenta a ciência, mas vive solta pela vida.

Se eu tivesse uma casa no Campus,Daria uma festa de arromba na inauguração.Convidaria para a farra a razão e a poesia,A arte e a filosofia, a loucura e a lucidez.Comeria com Platão no bandejãoE beberia na cantina com Rimbaud,Brindaria com Voltaire nos corredoresE dançaria com Isadora pelos pátios.Dormiria com Minerva, sonharia com a utopia e acordaria com você,...Se eu tivesse uma casa no Campus.

Se eu tivesse uma casa no Campus, ouviria os sonhos de Jung,Os segredos de Hermes e os mistérios de Clarice.Plantaria meus sonhos com NietzscheE colheria com Marx os frutos do meu trabalho.Iria ao cinema com Charlie Chaplin e voltaria com Glauber Rocha.Transformaria a sala de aula em sala de estarE a sala de estar em sala de ser.Penduraria uma lua crescente em meu quarto minguante,Te tomaria pela mão e saltaria do telhado para o alto do Everest,...Se eu tivesse uma casa no Campus.

Se eu tivesse uma casa no Campus,Pela torneira da banheira passaria um afluente do AmazonasE desaguaria no inconsciente Freudiano,Onde eu mergulharia para salvar Salvador Dali.Soltaria pipa no gramado da reitoria,Roubaria uma maçã no pomar de Isaaac Newton,Cercaria de horizontes o corcel da liberdadeE estudaria a veterinária dos medos e a geografia dos desejosPara chegar mais perto do selvagem coração da vida.

Se eu tivesse uma casa no Campus,Seria o senhor de meu castelo e servo de minha hóspede, a esperança.Apresentaria o Pequeno Príncipe a Maquiavel,Mataria aula de vez em quando para ir pro CEU com Santos DummondE aprenderia muito com isso, pois todas as aulas que mateiCom certeza foram pro C.E.U. (Centro Esportivo Universitário).

Se eu tivesse uma casa no Campus,Onde o quadrado da hipotenusa não caísse em círculo vicioso,Duas linhas paralelas se encontrariam no infinito,E talvez fosse mais isósceles o nosso triangulo amoroso,Eu, você e o sentido da vida,...Se eu tivesse uma casa no Campus.

E mesmo que nada disso que imagino viesse realmente a acontecer,Se eu tivesse uma casa no Campus, ainda assim, tudo seria mais legal,Pois eu pelo menos teria uma Casa, uma casa singela, uma casa bacana,...Uma Casa no Campus.

A todos os estudantes carentes da UFMG

1º Lugar – Coração de Estudante III