segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Homenagem a Vinícius de Moraes

Ai, quem me dera terminasse a espera
Retornasse o canto simples e sem fim
E ouvindo o canto se chorasse tanto
Que do mundo o pranto se estancasse enfim
Ai, quem me dera ver morrer a fera
Ver nascer o anjo, ver brotar a flor.
Ai, quem me dera uma manhã feliz.
Ai, quem me dera uma estação de amor
Ah, se as pessoas se tornassem boas
E cantassem loas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem ser casais
Ai, quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afim
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim
Ai, quem me dera ouvir o nunca-mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E, finda a espera, ouvir na primavera
Alguém chamar por mim.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

De Carlos Drummond de Andrade

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer
seu coração parar de funcionar por alguns segundos,
preste atenção: pode ser a pessoa
mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento,
houver o mesmo brilho intenso entre eles,
fique alerta: pode ser a pessoa que você está
esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo
for apaixonante, e os olhos se encherem
d'água neste momento, perceba:
existe algo mágico entre vocês.

Se o 1º e o último pensamento do seu dia
for essa pessoa, se a vontade de ficar
juntos chegar a apertar o coração, agradeça:
Algo do céu te mandou
um presente divino : O AMOR.

Se um dia tiverem que pedir perdão um
ao outro por algum motivo e, em troca,
receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos
e os gestos valerem mais que mil palavras,
entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste,
se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa
sofrer o seu sofrimento, chorar as suas
lágrimas e enxugá-las com ternura, que
coisa maravilhosa: você poderá contar
com ela em qualquer momento de sua vida.

Se você conseguir, em pensamento, sentir
o cheiro da pessoa como
se ela estivesse ali do seu lado...

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda,
mesmo ela estando de pijamas velhos,
chinelos de dedo e cabelos emaranhados...


Se você não consegue trabalhar direito o dia todo,
ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...

Se você não consegue imaginar, de maneira
nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...

Se você tiver a certeza que vai ver a outra
envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção
que vai continuar sendo louco por ela...

Se você preferir fechar os olhos, antes de ver
a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes
na vida poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.

Às vezes encontram e, por não prestarem atenção
nesses sinais, deixam o amor passar,
sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.

É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais.
Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem
cego para a melhor coisa da vida: o AMOR !!!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Homenagem a Vladimir Maiakoviski - grande poeta revolucionário


Fragmentos


Passa da uma
você deve estar na cama
Você talvez
sinta o mesmo no seu quarto
Não tenho pressa
Para que acordar-te
com o
relâmpago
de mais um telegrama

********************************************

O mar se vai
o mar de sono se esvai
Como se diz: o caso está enterrado
a canoa do amor se quebrou no quotidiano
Estamos quites
Inútil o apanhado
da mútua dor mútua quota de dano

*******************************************

Passa de uma você deve estar na cama
À noite a Via Láctea é um Oka de prata
Não tenho pressa para que acordar-te
com relâmpago de mais um telegrama
como se diz o caso está enterrado
a canoa do amor se quebrou no quotidiano
Estamos quites inútil o apanhado
da mútua do mútua quota de dano
Vê como tudo agora emudeceu
Que tributo de estrelas a noite impôs ao céu
em horas como esta eu me ergo e converso
com os séculos a história do universo

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Já basta...

Desprende de mim a angústia
De viver presa sem prisão
Pelas correntes invisíveis
Pelo julgamento de olhares
Pela condenação sem palavras!
O além nos espera
Não conseguimos vê-lo
Mas o sentimos a cada dia
Pelo nosso desejo de libertação
De derrubar os muros que não enxergamos
De alcançar plenamente,
Os sentimentos que sabemos existir!
Cercamo-nos de fronteiras invisíveis
E nos matamos dentro delas
Para que?
Para mantê-las!
Sigamos a passos fortes,
Como tratores pensantes
Derrubando muros e fronteiras,
Para além!


Vivian Dutra

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A GENTE SE ACOSTUMA

Marina Colassanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e não ver vista que não sejam as janelas ao redor. E porque não tem vista logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma e não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, se esquece do sol, se esquece do ar, esquece da amplidão.A gente se acostuma a acordar sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder tempo. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E não aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: “hoje não posso ir”. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisa tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que se deseja e necessita. E a lutar para ganhar com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes. A abrir as revistas e ler artigos. A ligar a televisão e assistir comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição, às salas fechadas de ar condicionado e ao cheiro de cigarros. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam à luz natural. Às bactérias de água potável. À contaminação da água do mar. À morte lenta dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galo de madrugada, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta por perto.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta lá.Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua o resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem muito sono atrasado.
A gente se acostuma a não falar na aspereza para preservar a pele. Se acostuma para evitar sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

JÁ ÉS MINHA!

Pablo Neruda
1904-2004



Já és minha.

Repousa com teu sonho em meu sonho.

Amor, dor, trabalho, devem dormir agora.

Gira a noite sobre suas invisíves rodas
e junto a mim és pura
como âmbar dormido...

Nenhuma mais, amor, dormirá com meus sonhos.

Irás, iremos juntos pelas águas do tempo.

Nenhuma viajará pela sombra comigo, só tu.

Sempre viva. Sempre sol. Sempre lua.

Já tuas mãos abriram os punhos delicados e

deixaram cair suaves sinais sem rumo.

Teus olhos se fecharam como duas asas cinzas,

enquanto eu sigo a água que levas e me leva.

A noite, o mundo, o vento enovelam seu destino,

e já não sou sem ti senão apenas teu sonho...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Coletivo Marxista convida para a mesa:Introdução ao Marxismo
Debatedor: Carlos Leal
Local: Auditório da decania do CFCH - segundo andar - campus da Praia Vermelha - UFRJ
24 DE SETEMBRO, QUINTA FEIRA, AS 18 HORAS!

sábado, 8 de agosto de 2009

POEMINHA SENTIMENTAL

O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passouLimitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam.

Mario Quintana

sábado, 11 de julho de 2009

Cidadão de papelão

O cara que catava papelão pediu
Um pingado quente, em maus lençóis, nem voz
Nem terno, nem tampouco ternura
À margem de toda rua, sem identificação, sei não
Um homem de pedra, de pó, de pé no chão
De pé na cova, sem vocação, sem convicção

À margem de toda candura
À margem de toda candura
À margem de toda candura

Um cara, um papo, um sopapo, um papelão

Cria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e atura

O cara que catava papelão pediu
Um pingado quente, em maus lençóis, à sós
Nem farda, nem tampouco fartura
Sem papel, sem assinaturaSe reciclando vai, se vai

À margem de toda candura
À margem de toda candura

Homem de pedra, de pó, de pé no chão

Não habita, se habitua
Não habita, se habitua


O Teatro Mágico

domingo, 28 de junho de 2009

Ocupação Guerreiros do 234

O MOVIMENTO QUEM VEM COM TUDO NÃO CANSA SE SOLIDARIZA À LUTA DA OCUPAÇÃO GUERREIROS DO 234 E CONVOCA MILITANTES E SIMPATIZANTES PARA APOIAR POLÍTICA E MATERIALMENTE!


Hoje, dia 25, a partir das 16h, estamos convocando para o ato de solidariedade à Ocupação Guerreiros do 234.

Levem bandeiras, faixas e muita indignação!!! Na terça-feira, dia 23, a justiça concedeu ao INSS a reintegração de posse. A Polícia Federal poderá fazer a ação de despejo a qualquer hora do dia ou da noite.

Além do ato, convocamos todos solidários à causa dos sem-tetos a participação na vigília, todos os dias a partir das 22h30min em frente à Ocupação, e a presença durante o dia no local.

A Ocupação está necessitando de doação de comida, utensílios de limpeza e roupas.

Contamos com a solidariedade de tod@s.
Ocupação Guerreiros do 234
Rua Mem de Sá, 234 Próximo a Praça da Cruz Vermelha
AOS COMPANHEIROS CINEASTAS: LEVEM SUAS CÂMERAS-ARMAS!
O DEASFECHO TEMPORÁRIO.....




É GENTE.... A SOLIDARIEDADE A LUTA E A LUTA CONJUNTA DEVEM PERSISTIR, MESMO COM A FORTE ENTRADA DA POLÍCIA NA OCUPAÇÃO E RETIRADA DOS OCUPANTES COM AMPLA AGRESSÃO E VIOLÊNCIA FÍSICA, DEIXANDO MUITOS DE NOSSOS COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS EXTREMAMENTE MACHUCADOS!














Um prédio abandonado, pessoas que não tem onde morar, nem como sobreviver!





Essas pessoas ocupam esse prédio para morar, o braço armado do Estado retira, homens, mulheres, crianças e idosos com ampla violência para manter " a ordem urbana".








E nós vamos ficar sempre parados, em todos os atos de manifestação popular contra esse sietma opressor ou vamos apoiar nossos companheiros e companheiras?!?!?!









A luta por uma sociedade justa e igualitária é de todo o setor orpimido da população!!!!!!



VAMOS A LUTA!

domingo, 21 de junho de 2009

Domingo de poesia... Brecht e Neruda... Apaixonantes!

Saudade é solidão acompanhada,
É quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já…
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É não ver o futuro que nos convida…
Saudade é sentir que existe o que não existe mais…
Saudade é o inferno dos que perderam,
É a dor dos que ficaram para trás,
É o gosto de morte na boca dos que continuam…
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
Aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
Não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido…
(Pablo Neruda)


Louvor ao Estudo

Estuda o elementar:
para aqueles cuja hora chegou
não é nunca demasiado tarde.
Estuda o abc. Não basta, mas
Estuda. Não te canses.

Começa. Tens de saber tudo.
Estás chamado a ser um dirigente.
Freqüente a escola, desamparado!
Persegue o saber, morto de frio!

Empunha o livro, faminto!
É uma arma!Estás chamado á ser um dirigente.
Não temas perguntar, companheiro!
Não te deixes convencer!
Compreende tudo por ti mesmo.

O que não sabes por ti, não o sabes.
Confere a conta. Tens de pagá-la.
Aponta com teu dedo a cada coisa
e pergunta: "Que é isto? e como é?"
Estás chamado a ser um dirigente.
(Bertold Brecht)


Expulso Por Bom Motivo

Eu cresci como filho
De gente abastada. Meus pais
Me colocaram um colarinho, e me educaram
No hábito de ser servidoE me ensinaram a dar ordens.
Mas quandoJá crescido, olhei em torno de mim
Não me agradaram as pessoas da minha classe e me juntei
À gente pequena.

Assim
Eles criaram um traidor, ensinaram-lhe
Suas artes, e ele
Denuncia-os ao inimigo.
Sim, eu conto seus segredos. Fico
Entre o povo e explico
Como eles trapaceiam, e digo o que virá, pois
Estou instruído em seus planos.
O latim de seus clérigos corruptos
Traduzo palavra por palavra em linguagem comum,

Então
Ele se revela uma farsa. Tomo
A balança da sua justiça e mostro
Os pesos falsos. E os seus informantes relatam
Que me encontro entre os despossuídos, quando
Tramam a revolta.Eles me advertiram e me tomaram
O que ganhei com meu trabalho. E quando me corrigi
Eles foram me caçar, mas
Em minha casa
Encontraram apenas escritos que expunham
Suas tramas contra o povo. Então
Enviaram uma ordem de prisão
Acusando-me de ter idéias baixas, isto é
As idéias da gente baixa.Aonde vou sou marcado
Aos olhos dos possuidores.
Mas os despossuídosLêem a ordem de prisão
E me oferecem abrigo. Você, dizem
Foi expulso por bom motivo.
(Bertold Brecht)



Poema 20

Posso escrever os versos mais tristes esta noite
Escrever por exemplo:
A noite está fria e tiritam, azuis, os astros à distância
Gira o vento da noite pelo céu e canta
Posso escrever os versos mais tristes esta noite
Eu a quiz e por vezes ela também me quiz
Em noites como esta, apertei-a em meus braços
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito
Ela me quiz e as vezes eu também a queria
Como não ter amado seus grandes olhos fixos ?
Posso escrever os versos mais lindos esta noite
Pensar que não a tenho Sentir que já a perdi
Ouvir a noite imensa mais profunda sem ela
E cai o verso na alma como orvalho no trigo
Que importa se não pode o meu amor guardá-la ?
A noite está estrelada e ela não está comigo
Isso é tudo A distância alguém canta. A distância
Minha alma se exaspera por havê-la perdido
Para tê-la mais perto meu olhar a procura
Meu coração procura-a, ela não está comigo
A mesma noite faz brancas as mesmas árvores
Já não somos os mesmos que antes havíamos sido
Já não a quero, é certo Porém quanto a queria !
A minha voz no vento ia tocar-lhe o ouvido
De outro. será de outro
Como antes de meus beijos
Sua voz, seu corpo claro, seus olhos infinitos
Já não a quero, é certo,
Porém talvez a queira
Ah ! é tão curto o amor, tão demorado o olvido
Porque em noites como esta
Eu a apertei em meus braços,
Minha alma se exaspera por havê-la perdido
Mesmo que seja a última esta dor que me causa
E estes versos os últimos que eu lhe tenha escrito.
(Pablo Neruda)

domingo, 14 de junho de 2009

Linda poesia....

Aqui eu te amo.
Nos escuros pinheiros se desenlaça o vento.
Fosforece a lua sobre as águas errantes.
Andam dias iguais a perseguir-se.

Descinge-se a névoa em dançantes figuras.
Uma gaivota de prata se desprende do ocaso.
As vezes uma vela. Altas, altas, estrelas.

Ou a cruz negra de um barco.
Só.
As vezes amanheço, e minha alma está úmida.
Soa, ressoa o mar distante.Isto é um porto.
Aqui eu te amo.

Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte.
Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas.
As vezes vão meus beijos nesses barcos solenes,
que correm pelo mar rumo a onde não chegam.

Já me creio esquecido como estas velha âncoras.
São mais tristes os portos ao atracar da tarde.
Cansa-se minha vida inutilmente faminta..
Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante.

Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos.
Mas a noite enche e começa a cantar-me.
A lua faz girar sua arruela de sonho.

Olham-me com teus olhos as estrelas maiores.
E como eu te amo, os pinheiros no vento,
querem cantar o teu nome, com suas folhas de cobre.

Pablo Neruda

domingo, 7 de junho de 2009

Poesia em homenagem aos estudantes de oriegem popular!

Poesia de um estudantes da UFMG para homenagear os demais de origem popular que ofrem todos o dias para poder está na Universidade, se deslocar pra lá, ter alimentação, consegui um espacinho no temkpo pra estudar....


Autor: Júlio César de Oliveira
http://sencebrasil.blogspot.com/2009/06/se-eu-tivesse-uma-casa-no-campus.html


Se eu tivesse uma casa no Campus,Eu, que nunca fui um aluno exemplar,Talvez fosse um estudante mais brilhante, ou, pelo menos mais feliz.Estudaria menos e aprenderia mais,Pois ergueria minha casa lá onde mora o conhecimento,E então todo lugar onde estivesse seria um lugar de aprender,Como quem brinca, como quem curte, como quem vive.


Se eu tivesse uma casa no Campus,Aprenderia com a convivência, a igualdade e a diferença,Numa sempre dinâmica e verdadeira universidade.Aprenderia, talvez, a fazer todas as coisas que ainda só sei saber.E saberia que saber é viver e viver é mais que conhecer,Pois a sabedoria freqüenta a ciência, mas vive solta pela vida.

Se eu tivesse uma casa no Campus,Daria uma festa de arromba na inauguração.Convidaria para a farra a razão e a poesia,A arte e a filosofia, a loucura e a lucidez.Comeria com Platão no bandejãoE beberia na cantina com Rimbaud,Brindaria com Voltaire nos corredoresE dançaria com Isadora pelos pátios.Dormiria com Minerva, sonharia com a utopia e acordaria com você,...Se eu tivesse uma casa no Campus.

Se eu tivesse uma casa no Campus, ouviria os sonhos de Jung,Os segredos de Hermes e os mistérios de Clarice.Plantaria meus sonhos com NietzscheE colheria com Marx os frutos do meu trabalho.Iria ao cinema com Charlie Chaplin e voltaria com Glauber Rocha.Transformaria a sala de aula em sala de estarE a sala de estar em sala de ser.Penduraria uma lua crescente em meu quarto minguante,Te tomaria pela mão e saltaria do telhado para o alto do Everest,...Se eu tivesse uma casa no Campus.

Se eu tivesse uma casa no Campus,Pela torneira da banheira passaria um afluente do AmazonasE desaguaria no inconsciente Freudiano,Onde eu mergulharia para salvar Salvador Dali.Soltaria pipa no gramado da reitoria,Roubaria uma maçã no pomar de Isaaac Newton,Cercaria de horizontes o corcel da liberdadeE estudaria a veterinária dos medos e a geografia dos desejosPara chegar mais perto do selvagem coração da vida.

Se eu tivesse uma casa no Campus,Seria o senhor de meu castelo e servo de minha hóspede, a esperança.Apresentaria o Pequeno Príncipe a Maquiavel,Mataria aula de vez em quando para ir pro CEU com Santos DummondE aprenderia muito com isso, pois todas as aulas que mateiCom certeza foram pro C.E.U. (Centro Esportivo Universitário).

Se eu tivesse uma casa no Campus,Onde o quadrado da hipotenusa não caísse em círculo vicioso,Duas linhas paralelas se encontrariam no infinito,E talvez fosse mais isósceles o nosso triangulo amoroso,Eu, você e o sentido da vida,...Se eu tivesse uma casa no Campus.

E mesmo que nada disso que imagino viesse realmente a acontecer,Se eu tivesse uma casa no Campus, ainda assim, tudo seria mais legal,Pois eu pelo menos teria uma Casa, uma casa singela, uma casa bacana,...Uma Casa no Campus.

A todos os estudantes carentes da UFMG

1º Lugar – Coração de Estudante III

domingo, 31 de maio de 2009

Um ser...

Apenas um ser....
A beira de seu desmonte fatal...
Correm lágrimas,
O suor escorre pelo corpo
Grito!

A beira da imperfeição
A ocasião perfeita,
Pro fim...
Dores, suores, pensares
Pronto!

As cores lânguidas da vida
Agora tomam outros passos
A mente clareia
A mente escurece
Chegou!

Já sem tanta rigidez
Já sem tanta emoção
A perfeição é odiosa
E invejada...
Penso!

Olhar ao redor
Tornou-se costume
O entristecer da tarde, rotineiro
É longe, é hora
Fecho os olhos
Descanso!



Vivian Dutra

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Classe Média

Composição: Max Gonzaga
Sou classe média
Papagaio de todo telejornal
Eu acredito
Na imparcialidade da revista semanal
Sou classe média
Compro roupa e gasolina no cartão
Odeio “coletivos”
E vou de carro que comprei a prestação
Só pago impostos
Estou sempre no limite do meu cheque especial
Eu viajo pouco, no máximo um pacote cvc tri-anual
Mais eu aí“to nem ai”Se o traficante é quem manda na favela
Eu não aí“to nem aqui
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Mas fico indignado com estado quando sou incomodado
Pelo pedinte esfomeado que me estende a mão
O pára-brisa ensaboadoÉ camelo, biju com bala
E as peripécias do artista malabarista do farol
Mas se o assalto é em moema
O assassinato é no aí“jardins”
A filha do executivo é estuprada até o fim
Ai a mídia manifesta a sua opinião regressa
De implantar pena de morte, ou reduzir a idade penal
E eu que sou bem informado concordo e faço passeata
Enquanto aumenta a audiência e a tiragem do jornal
Porque eu não aí“to nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não aí“to nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta
Porque é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida

( a luta de classes esplícita... linda músicas)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Um excelente pensamento...

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". , sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo.Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..E lembra-te:Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão. Fernando Pessoa

domingo, 17 de maio de 2009

Informe da greve dos bolsistas da UEFS

REITORIA DA UEFS OCUPADA
(Greve d@s Bolsistas)

Bolsistas cruzam os braços, ocupam a Reitoria e denunciam descaso do governo.
Percebendo o descaso com que os programas de bolsas estudantis da UEFS vêm sendo tratados, com os sucessivos desrespeitos e a insistente recusa do governo do estado em atender/negociar nossas reivindicações e considerando a existência de uma ampla articulação estudantil em torno destes problemas. Então torna necessária uma mobilização generalizada e radicalizada no sentido de melhor conduzir estas lutas, unificar nossas pautas e garantir maior enfrentamento e combatividade frente aos abusos que temos sofrido. Com esse objetivo, em Assembléia dos (as) Bolsistas da UEFS do dia 14/05/09, o coletivo deliberou pela OCUPAÇÃO da Reitoria e a paralisação de suas atividades, que surge de um amplo processo mobilizatório que já dura pouco mais de dois meses.
Nossa pauta unificada de LUTA e REINVIDICAÇÃO incluem:
1) Vinda do Secretário de Educação do Estado da Bahia ao campus da UEFS, localizado na cidade de Feira de Santana, no sentido de resolução das pautas dos bolsistas;
2) A necessidade do aumento do número e valor das bolsas, que perpassam por questões de permanência/assistê ncia estudantil, visto que o número atual não contempla a demanda para uma política de permanência efetiva de uma Universidade com sistema de cotas para afrodescendentes, indígenas e estudantes oriundos da rede pública de ensino;
3) A luta por ajustes relativos ao funcionamento dos regimes de bolsas (mudanças no caráter das resoluções em vigor, redefinição de carga horária, etc.);
4) Revogação da Lei 7176/97, instrumento intervencionista com que o governo do estado emperra a resolução autônoma dos nossos problemas;
5) Estipulação e garantia de um data fixa para o pagamento das bolsas;
6) Combate a qualquer tipo retaliação, repressão ou perseguição por parte de qualquer setor aos (às) bolsistas em greve, tomando as devidas providências de reação coletiva, ocupando os espaços e inviabilizando qualquer tipo de funcionamento do setor, como forma de garantir o direito à expressão e reivindicação;
Externamente, pretextando “razões maiores” para negligência nos repasses de verba, o governo recorre à atual crise econômica para justificar sua política de desmonte da assistência estudantil, penalizando a universidade pública e nossa categoria em particular sobre a qual tem recaído o ônus da crise. @s bolsistas vão pagar pela crise?!
Tendo em vista que as mobilizações até agora não apresentaram respostas significativas em face do descaso ostensivo do governo do estado em suas constantes recusas em acolher processos de negociação. Entendemos a necessidade de não só mantermos a paralisação / greve e expandi-la ao máximo como também conferir maior radicalidade na condução desta luta, com vistas à abertura de um processo de negociação com a Secretaria de Educação e a Administração Superior da UEFS onde nossa pauta seja acolhida e tratada com a merecida consideração.


Coletivo d@s Bolsistas da UEFS

sábado, 16 de maio de 2009

Sobre A Violência


A corrente impetuosa é chamada de violenta
Mas o leito do rio que a contem
Ninguem chama de violento.

A tempestade que faz dobrar as betulas
E tida como violenta
E a tempetasde que faz dobrar
Os dorsos dos operarios na rua?

Bertold Bretch

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Confissão de um terrorista...

Ocuparam minha pátria
Expulsaram meu povo
Anularam minha identidade
E me chamaram de terrorista

Confiscaram minha propriedade
Arrancaram meu pomar
Demoliram minha casa
E me chamaram de terrorista

Legislaram leis fascistas
Praticaram odiada apartheid
Destruíram, dividiram, humilharam
E me chamaram de terrorista

Assassinaram minhas alegrias,
Seqüestraram minhas esperanças,
Algemaram meus sonhos,
Quando recusei todas as barbáries

Eles...mataram um terrorista

Fonte: www.vivapalestina.org

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Ocupação da Reitoria da UFMT

O novo modelo de vestibular que Lula propões, vestibular unificado pelo ENEM, é mais um ataque no sentido de sucatear ainda mais a Educação Pública.
Falsas medidas de avanço na inserção dos estudantes, como o vestibular unificado, o PROUNI, REUNI e muitos outros, só vem esconder a reforma qualitativa essencial do ensino básico e a reformulação no ingresso nas universidades com a universalização do ensino público, gratuito e de qualidade.
Universalização com qualidade é o que queremos, esconder isso com medidas populistas é o que o Lula/PT e seus aliados fazem.

Só podia dar nisso... continuemos em luta....

Informe da ocupação da UFMT:

13 de maio de 2009

Cerca de dois mil estudantes, universitários e secundaristas, ocuparam, na tarde desta segunda, 11, a reitoria da Universidade Federal do Mato Grosso. Os estudantes protestam contra a adesão imediata, sem a discussão com a comunidade acadêmica, do novo vestibular unificado para as federais, e contra a privatização do restaurante universitário.

Naquele momento ocorria a reunião deliberativa do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) que, sob a pressão da manifestação e para ensaiar o exercício da democracia, permitiu que apenas um representante dos estudantes participasse da reunião. Mas, entre muitos docentes, estava claro que o estudante não conseguiria nem ao menos ter o direito a voz, e esta era uma manobra para fazer impor goela abaixo dos estudantes o novo vestibular, ainda que a comunidade acadêmica não tenha se posicionado a respeito do novo modelo de ingresso na universidade.

Segundo os estudantes a comunidade acadêmica ainda tem dúvidas sobre o que será melhor para a sociedade, e que a nova medida deve ser debatida amplamente, no entanto, o processo de aprovação do Reuni, ou seja, sem levar em consideração o que era melhor para a maioria da universidade, os estudantes, se repetirá.


Fonte e maiores informaçoes:http://blogdodce.wordpress.com/2009/05/12/estudantes-ocuparam-reitoria-da-ufmt

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Vamos desobedecer...

A ANATEL entrou em cotato com a Escola de Comunicação da UFRJ pedindo a retirada imediata da Rádio interferência do ar, rádio da UFRJ gerida pelos estudantes, como mídia independente.

O fato alegado é que a UFRJ não tem autorização para gerir tal rádio e necessita antes da autorização da ANATEL, que , como tudo indica, concederá a rádio que façam programas "educativos", tirando assim a autonomia da rádio em colocar no ar denúncias públicas e programas pertinentes aos estudantes.

O fato é que querem nos controlar, noz calar e dizerem o que devemos falar e escutar.

A Escola de Comunicação entrou em contato com a rádio visando a obediência do processo para que a rádio seja "legalizada" o mais rápido possível!!!

Escutemos a Rádio Interferência 91,5 FM.

"vamos desobedecer com o sorriso doce de quem sabe que tem razão"

interferencia.radiolivre.org

Viva a mídia independente!

domingo, 10 de maio de 2009

... Demais...

Meus pensamentos
Tomam caminhos tortuosos
Em busca de caminhos corretos
Para ações perfeitas

Minha cabeça pesa sobre meu corpo
Fadigada dos pensamentos
Das tristezas
Causadas pela contradição

Meus pés não agüentam mais meu corpo
Que durante muitas horas
De todos os dias
Correm em prol dos meus ideais

Meus pés quase nem agüentam tocar o chão
Exaustos de carregarem os pesos
Postos sobre eles

E nesse momento, respiro
Acalmo, e como se eu flutuasse
Volto a observar e a correr

Durante milhões de minutos, milhares de horas e dezenas de dias......

Vivian Dutra

Esse Desemprego

Meus senhores, é mesmo um problema
Esse desemprego!
Com satisfação acolhemos
Toda oportunidade
De discutir a questão.
Quando queiram os senhores!
A todo momento!
Pois o desemprego é para o povo
Um enfraquecimento.
Para nós é inexplicável
Tanto desemprego.
Algo realmente lamentável
Que só traz desassossego.
Mas não se deve na verdade
Dizer que é inexplicável
Pois pode ser fatal
Dificilmente nos pode trazer
A confiança das massas
Para nós imprescindível.
É preciso que nos deixem valer
Pois seria mais que temível
Permitir ao caos vencer
Num tempo tão pouco esclarecido!
Algo assim não se pode conceber
Com esse desemprego!
Ou qual a sua opinião?
Só nos pode convir
Esta opinião: o problema
Assim como veio, deve sumir.
Mas a questão é: nosso desemprego
Não será solucionado
Enquanto os senhores não
Ficarem desempregados!

Bertold Bretch

Importantíssima vitória!!!


O Movimento Quem Vem Com Tudo Não Cansa, um aguerrido movimento que dá consequências reais as lutas do ME, conseguiu uma importante vitória ampliando o diálogo sobre a reorganização do Movimento estudantil e sua correlação direta que precede todas as lutas.


Por onde pudemos andar na UFRJ, durante as eleições para o DCE Mário Prata, dialogar, passar em sala, entregar jornal, panfleto, fazer reunião e debater, os estudantes não só entenderam todos o processo com que passa tanto a UFRJ como todo o Ensino no Brasil e a mecessidade de se lutar, como chegaram a conclusão de que precisamos nos reorganizar pra tocar essas lutas em prol do novo.


Além de todas as discussões feitas anteriormente, nesse momento tão propício e aberto aos diálogos pudemos perceber que estamos num caminho certo e consequente, mostrando calaramente pra onde vamos e convidando a todos e todas, com quem conversamos, a irem conosco.


Por isso que tal movimento que cresce, aglutina e debate cada vez mais teve um,a expressiva votação, ficando em segundo lugar , agora 19,1% do DCE da UFRJ tem nossa representatividade!!!!


O Movimento Quem Vem Com Tudo Não Cansa do Rio de Janeiro e seus estudantes e Movimentos simpatizantes vamos rumo ao Congresso Nacional de estudantes em busca da construção da nova entidade que reorganize nossas lutas!!!


Seguimos lutando sempre!




quinta-feira, 30 de abril de 2009

Que lo sepan ya. Se puede apretar del cuello a la revolucion durante mucho, muchisimo tiempo, pero las manos se le habran de cansar en algun momento, solo un respiro se necesita, solo uno, para que la palabra revolucion sea gritada con toda la fuerza de los pulmones de los pueblos del mundo. Patria o Muerte, Venceremos.
Jesus Rios
Cada palavra não dita
Cada saudade não doída
Cada gesto que não seja meu
Dói, fere, rasga meu coração
Me dilacera em mil pedaços
Rastejo, choro..
Ouço: silêncio
Com angústia peço
O que é justo de ser
Imploro a quem for
E de resposta: nada!


Como podes ser assim
Tão injusto,
Tão fatal!
Poderia reconstruir-me
Mas cada plano não feito
Cada idéia não realizada
Me mata mais um pouco
E assim carrego o fado
Da injustiça e do não companheirismo

Morro aqui, agora
Minha alma grita
Meu corpo emudece!

Vivian Dutra

terça-feira, 28 de abril de 2009

A seguir um texto elaborado em 2009 e publicado em 8 de Março, Dia Internacional de Luta da Mulher, em outros blogs e diversas listas de e mails!

O texto se trata de uma contribuição para o debate classista de opressão feminina!

Fiz esse texto pensando em uma contribuição para o Movimento Estudantil de Educação Física que está iniciando esse debate, porém ele cabou se espalhando!

Boa leitura a todas e todos!

Luta mulher!

“A opressão do homem pelo homem iniciou-se com a opressão da mulher pelo homem."
(Karl Marx)


1.Breve histórico sobre opressão feminina

A dominação da mulher pelo homem tem sua origem a partir da necessidade de dominação do homem.
As tribos primitivas se organizavam coletivamente, para o bem comum. Em tais tribos havia divisão de trabalho por sexo, as mulheres cuidavam do setor financeiro e os homens ficavam responsáveis pela alimentação de todos os membros, e os dois trabalhos eram de igual importância.
Cuidar dos filhos não era uma função exclusivamente feminina, e muita menos somente da mãe. Todos os membros da tribo eram responsáveis pela educação das crianças.
A partir dos sete anos as crianças saíam com os adultos e os ajudavam na medida de suas forças, sendo assim cresciam conhecendo e construindo seu meio social.
Os casamentos eram coletivos, ou seja, havia um casal, porém tanto homens quanto mulheres podiam ter relações com os outros membros da tribo que não possuíssem o mesmo gen, predominante o da mãe.
Com o crescimento das tribos, ocorreram dois fatos que contribuíram para que a mulher se tornasse submissa.
O primeiro deles é que com tal crescimento, os genes se entrelaçavam, se tornando dificultoso a relação entre os membros de uma mesma tribo. Por esse motivo implantou-se as famílias sindiásticas, que consiste em uma relação unilateral onde a fidelidade da mulher era necessária, enquanto a infidelidade do homem era permitida.
Outro fator que contribuiu para submissão da mulher foi a divisão do trabalho, em manual e intelectual no interior das tribos.
Os indivíduos responsáveis pelo trabalho intelectual foram dominando os responsáveis pelo trabalho manual, escravizando-os.
Com isso torna-se fundamental a fidelidade da mulher, que era tida como objeto reprodutor, pois era necessário que o gene do pai, e não mais o da mãe, se sobressaísse para que as riquezas produzidas se mantivessem no interior das famílias.
Se antes todos trabalhavam para que as riquezas produzidas fossem da tribo para a tribo, agora os esforços eram que as riquezas fossem do interior da famílias para o interior da família.
Dá-se então origem a família, nos moldes que atualmente vivenciamos, base do Estado.
Durante o período Feudal, as mulheres tinham funções de tamanha importância econômicas e sociais. Elas também exerciam funções no campo, na manufatura, administravam o lar e cuidavam da reserva e preparação dos alimentos, porém pelo papel histórico, sempre submetida aos homens.
Durante o século XV, segundo Simoni, 2008, ocorreu uma grande e grave crise econômica, delimitando as tarefas da mulher ao lar, ou seja, cuidar da casa e dos filhos.
As cruzadas, no século XI, que visavam retirar Jerusalém da ocupação mulçumana, impulsionaram o comércio, devido ao fato de alguns indivíduos perceberem que poderiam lucrar com as atividades comerciais das mesmas, dando origem aos mercadores.

A configuração das cidades muda, e essas passam a ter maior poder econômico, gerando a crise do feudalismo e dando origem à burguesia.


Com a apropriação dos trabalhos realizados pelas mulheres no lar, como a fiação da lã, do linho, costura e panificação, a mulher pode dedicar-se ao trabalho fora do lar.

Porém isso não se trata da emancipação feminina e nem da classe trabalhadora, pois com a mulher no mercado de trabalho, aumenta a gama de explorados.

A Revolução Industrial é um marco que enfatiza a opressão feminina.

Com o cercamento dos campos, em prol das indústrias, diversas famílias foram obrigadas a irem para as cidades, e mulheres e crianças se viram obrigadas a trabalhar em fábricas.

Segundo Marx, em Salário, preço e lucro, apesar da mesma carga horária de trabalho, mulheres e crianças recebiam menores salários do que os homens, sendo vantajoso aos capitalistas contratar esse setor.

Isso ocorre porque o salário da mulher era tido pela sociedade como um complemento ao salário dos homens, pois era um dever do chefe de família o sustento do lar.

As cargas de trabalho nas fábricas eram de até dezesseis horas diárias, de segunda a Sábado.

Com isso a família proletária é completamente comprometida.

As mulheres embriagavam seus bebês para que eles não chorassem durante essa longa jornada de trabalho, por vezes matando seus filhos.

A relação entre homem e mulher, o direito de amar, se tornou escasso.

Com todas as dificuldades, homens e mulheres se identificam como pertencentes de uma mesma classe, passando a ser companheiros de luta.

As lutas proletárias prosseguiram em prol e muitas formulações sobre uma terra livre de desigualdades e opressões foram pensadas. Desde o socialismo que Marx denominou de utópico, devido sua falta de materialismo ou de visão da história da sociedade, até o socialismo científico, com base materialista histórica dialética, que tinha como base a unificação entre a compreensão materialista da história e o método dialético como opção filosófica.
O manifesto do Partido Comunista, escrito por Marx e Engels, já abordava algumas das questões referentes à vidas das mulheres sob o modo, apesar de não tratar profundamente sobre o assunto.
Muitos grupamentos femininos dentro dos movimentos operários se reuniam para discutir opressão feminina.
O partido social democrata alemão tinha em seu seio Rosa Luxemburgo e Clara Zetkin, que discutiam a opressão e os direitos da mulher com operárias e prostitutas.
Karl Marx, Paul Lafargue, Laura Marx e Frederich Engels e posteriormente Clara Zetkin, Rosa Luxemburgo, Alexandra Kolontai e August de Bebel, desempenharam papéis fundamentais para a luta pela emancipação total da mulher.
Em 1890, após a criação da Internacional Socialista, Clara Zetikin começa a organizar a luta das mulheres para integrá-las as lutas socialistas.
Tanto Zetkin quanto August de Bebel escrevem grandes contribuições para essa luta, auxiliando a aproximação das mulheres ao movimento operário.
Em época em que sindicatos e partidos eram vistos como lugares de homem, após tais táticas da direção da Internacional, inúmeras mulheres se aproximaram, passaram a discutir, produzir e participar das lutas socialistas.

2. Dia Internacional de Luta da mulher

Muito comemorado pelas grandes empresas, lojas de produtos de beleza e floriculturas, esse dia destaca a mulher convencionada pela burguesia, a mulher consumista e nos moldes estipulados pela sociedade de consumo.
A mídia burguesa trata de fazer campanhas e propagandas, os shopings fazem grandes promoções e as empresas entregam flores nas ruas.
Esse dia, totalmente apropriado pela sociedade capitalista, tem de fato origem na luta das mulheres socialistas.
A origem desse dia é bastante atordoado, várias versões foram colocadas, e aceitas pela sociedade.
No mundo bipolarizado, nas décadas de 50, 60 e 70, onde de um lado estava o bloco Soviético e do outro estava os Estados Unidos se configurando como uma grande potência, é bem possível que a origem do dia da mulher tenha sido maquiada em prol dos capitalistas, e foi o que de fato aconteceu.
Em 8 de Março de 1975 a ONU proclama tal dia como o dia Internacional da Mulher, se utilizando do argumento, que nesse dia, em 1857, em Nova Iorque, ocorreu uma grande greve de mulheres, onde 129 operárias teriam morrido queimadas. Porém segundo Naumi Vasconcelos, da UFRJ, e muitas outras bibliografias com vasta pesquisa histórica, essa greve nunca teria existido.
O que de fato teria ocorrido é a mistura de dois grandes episódios, um de greve e outro de acidente em uma fábrica, onde inúmeros operários e operárias morreram queimados, pois a pesquisadora Renée Côté, investigou durante dez anos, nos arquivos europeus, dos EUA e do Canadá, e não encontrou nenhum resquício da tal greve.
A menção da greve chegou a ser feito pelo jornal do Partido Comunista Francês e a data por um boletim da Federação Internacional Democrática das Mulheres, em Berlim, nas décadas de 50 e 60.
No final da década de 50 e durante a década de 60, se concretizava a Revolução Cubana, a derrota dos Estados Unidos pelas Tropas do Vietnã, a Revolução Cultural Chinesa, os estudantes nas ruas em variados países, as mulheres americanas protestando contra a Guerra do Vietnã e a juventude passava a ler os Livros de Alexandra Kolontai e Wilhem Reich, que falavam sobre a libertação sexual.
Nesse conturbado contexto, ocorre, nos Estados Unidos, a retomada de boletins feministas, em 8 de Março, data que tinha sido esquecida pela burocratização da União Soviética por Stálin e pelo avanço capitalista no Ocidente.
Porém o verdadeiro dia da mulher vem das mulheres socialistas.
Nos Estados Unidos, o Partido Socialista dirigiu o movimento pelo direito do voto da mulher, junto as sufragistas, mulheres de classe média, apesar de seus ferrenhos embates.
Este mesmo partido aglutinou nessa luta inúmeros coletivos de mulheres, próximos ao partido, e comemorou dois dias, em dois anos diferentes, o dia da mulher, convocando-as com o argumento de que a Revolução da mulher é um grande passo para o início a Revolução de toda sociedade.
Dentro da Internacional ocorriam embates ferrenhos sobre a participação das socialistas na campanha pelo voto da mulher, por ser considerada uma luta burguesa.
Na Primeira Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, em 1907, Clara Zetkin, Rosa Luxemburgo e Alexandra Kolontai, formulam uma resolução que comprometiam os variados partidos socialistas a comporem as lutas feministas, aprovando a luta pelo voto feminino.
Em 1917, a convocação para o Dia da mulher do Partido Socialista dos Estados Unidos que dizia: A realização da Revolução das mulheres é um dos meios mais eficazes para a revolução de toda sociedade, começa a se concretizar.
Em 23 de Fevereiro, ou 8 de Março do nosso calendário, as orientações da ala Bolchevique do Partido Social Democrata era de que não havia conjuntura para greves.
Na manhã seguinte as operárias têxteis contrariaram essas orientações. Entrando em greve e convocando os metalúrgicos para as apoiarem.
Como se tratava de uma greve de massas, o Partido Bolchevique se viu obrigado a Participar dela, e se juntou a marcha convocada pelos setores mais explorado da sociedade, as operárias têxteis.
Essa greve foi um dos importantes episódios de agitação político-social que funcionaram como verdadeiros “estopins” para a Revolução Socialista na União Soviética.
Em 1921, a Conferência Internacional das Mulheres, aprova 8 de Março como o dia Internacional de luta das mulheres, e a Terceira Internacional trata de espalhá-la.
O 8 de Março foi freqüentemente comemorado na Rússia Socialista, até a sua burocratização.

3.Sobre as lutas atuais

Vivemos um momento bastante delicado, uma grave crise econômica mundial nos assola, afetando ferrenhamente os trabalhadores e trabalhadoras de todo o mundo.
Tal crise vem se desencadeando desde o início de 2008 com a crise imobiliária nos Estados Unidos e a alta dos preços dos alimentos.
No Brasil, contrariando os fatos concretos, o Governo Lula/PT, dizia que a crise não afetaria nosso país, devido as nossas reservas econômicas.
A mídia burguesa tratava de confirmar tais argumentos com reportagens de crescimento econômico em todo país, e afirmando que o número de vendas cresceram no Natal, maquiando a verdadeira situação de desempregos e cortes de verbas.
A CUT fazia o jogo do PT e realizava assembléias dizendo aos trabalhadores para consumirem, pois com isso a crise se abrandaria.
Enquanto isso, a UNE apoiava todas as medidas do governo, que prejudicavam tanto a saúde quanto a educação pública.
O ano de 2009 se iniciou com fatos inegáveis, férias coletivas, cortes de salários e desempregos em grandes empresas como a Vale, a GM e a Varig Log.
Uma Guerra se fixa e se intensifica entre Israel e Palestina, deixando milhares de mortos e feridos. Guerra essa estimulada pelo Imperialismo, que precisa dela para auxiliar na superação de sua crise.
Diante disso o Governo Lula/PT já reconhece a crise e os desempregos, e desvia milhões para as mãos dos Empresários e banqueiros, que continuam demitindo a fim de que seu crescimento econômico diminua mas não cesse.
O Presidente dos Estados Unidos, Obama, vai a público afirmar que essa crise não terá seu fim em 2009.
Se durante 2008 não podíamos afirmar se essa crise se configurava como conjuntural ou estrutural, em 2009 podemos afirmar, é estrutural, pelas suas três etapas: super produção, crise financeira e desempregos.
Diante de tamanha crise é tarefa dos partidos socialistas, através dos sindicatos e movimentos, dirigir o proletariado em lutas concretas, sem unidades rebaixadas com a burguesia.
Tais unidades só devem ser feitas quando se configura um avanço de consciência para a classe trabalhadora.
Diante de todo esse cenário, as mulheres proletárias, que por muitas vezes tem seus salários menores que os dos homens, mesmo realizando as mesmas tarefas, tendo jornada dupla ou até mesmo tripla de trabalho, que enfrentam demissões após a volta da licença maternidade, que precisam deixar seus filhos durante boa parte do dia para estarem no emprego, que são estudantes e são expulsas dos alojamentos universitários por engravidarem e quando tem filhos, por vezes param de freqüentar a Universidade por nelas não existirem creches, que quando optam por aborto são recriminadas pela sociedade, pois perderam o direito ao corpo para o Estado, que têm, em muitos casos, no interior da sua própria família, que passar, lavar, cozinhar e limpar, mesmo que tenham menos tempo livre que os homens da casa, estão agora, na linha de frente das demissões.
A situação da mulher na sociedade capitalista, pela própria configuração do Estado burguês, sempre foi a de submissão ao homem, a mesma submissão da classe trabalhadora aos seus patrões e ao Estado Capitalista.
Lembremos que na década de 60, na América Latina, as mulheres, identificadas como classe, lutavam ao lado de seus companheiros nas guerrilhas.
Em tempos de crise é preciso organizar a luta da mulher pela sua emancipação que é dialética a emancipação de toda a classe trabalhadora, logo, organizar as lutas feministas é organizar as lutas da classe proletária, contra a crise econômica e a favor do proletariado.
Devido a isso é tão importante uma coordenação que aglutine os setores mais de esquerda, que toquem as lutas sindicais e dos Movimentos sociais, como é o caso da CONLUTAS, que apesar de suas sérias debilidades, é um local aonde podemos organizar a classe proletária.
E para organizarmos a luta da Juventude é preciso que avancemos e criemos uma Entidade, que aglutine os lutadores de esquerda, para lutar contra a Crise Econômica e os grandes ataques que sofre e sofrerá a juventude durante esse período.

Essa entidade se faz necessária a tempos, porém nesse momento de grandes ataques à Educação pública, aos direitos da juventude, como a meia entrada e os direitos da mulher, nos deparamos com a necessidade ainda maior da organização de toda a esquerda, para que possamos dar maiores conseqüências as nossas lutas e tenhamos força nacionalmente.
Mulheres! A frente dessa luta, assim como as operárias russas, construindo o novo e lutando contra o Capital!
Dia 8 de Março é o momento de denunciarmos e dialogarmos os avanços pretendidos com o restante da população!

Vivian Machado Dutra
Coletivo Marxista
Loucura incessante
De querer entender!
Nesse momento ouço tiros...
Muitos tiros...

Estou cansada
Meu corpo é frágil
Minha mente saturada
E minha música são os tiros

Eles não param
Eu também não
Quero escrever
Descobri o que sinto

Confusão!
Eles pararam...
Mas eu não...
Mesmo não tendo nada pra escrever!

Insisto!
Quero saber o que?
Não sei... os tiros voltaram

Vou parando, já são três!
E nada!
Já parei!

Vivian Dutra

Luta!!!

Lutar é justo!
Injustas são as críticas
A quem luta...
... diariamente...

É justo lutar pra comer
Pra morar, pra andar
Pra brincar, pra divertir
Pra descansar, pra namorar

É jusato ser livre!
Sem escolhas drásticas
Afazeres intensos
E pesares inconsoláveis!

É justo parar
Pensar, agir, conseguir!
É justo lutar assim...
Injusto é quem luta contra!

Vivian Dutra